sexta-feira, 17 de maio de 2013

grrraaaaannnnnnrrrrrrrrrrrr (mas que é loucura?)



A loucura não tem cara, não tem rosto, não tem sanidade. Mas também não tem nada de doença.
Triste que haja pessoas leigas ou especialista em dizer tanta coisa sobre ser louco passando por um certo tipo de sanidade.

Hoje, minha arte, meu trabalho, minha vida está a serviço da loucura. Uma loucura diferente dessas bem delimitadas pelas cartilhas e prescrições médicas psicologizadas. Longe dos territórios enclausurantes de verdades e medos.

Sim, somos todos loucos! 
Mas esta afirmação está para além de um dizer eloquente, porém, a favor de uma denúncia! Aqueles que nomeiam a loucura alheia e que segmentam a vida, sim, são loucos!
Infelizmente, alguns doidinhos, como diria carinhosamente Peter Pal Pelbart, já se encontram asfixiados, uns mais loucos que eles, aliciaram seus ares. E a jovialidade, a leveza, o falar sem sentido, mas no sentido, tornou-se doença. Louco é quem adoece os outros.

“Dizem que são loucos, por eu ser assim, mas louco é quem me diz... e não é feliz”

Somos todos esquizos. A dupla Deleuze&Guattari me ajudou a pensar outras relações de saúde! Porque sim, o esquizofrênico é um produtor universal tão potente que é capaz de criar outras tantas prisões: neurose, paranóia, psicose, histeria, artificialização da vida que nada cria além de um teatrinho papai-mamãe-filhinho dos impossíveis!

E antes que tenhamos “o esquizofrênico artificial, tal como o vemos no hospital, farrapo autístico produzido como entidade” (DELEUZE&GUATTARI, O anti-Édipo, p. 15) ainda podemos muito!E MUITO mesmo! E claro, não é fácil. Seguimos tentando!

É por isso que, em um GRITO escrito aqui, gostaria de mencionar alguns que me insPIRAM e fazem da minha loucura potência de vida: Clarissa Alcântara, Maria Helena Falcão, Sônia Clareto, Deleuze, Guattari, Claudia Meireles, Corpos Informáticos, Foucault, Erasmo de Roterdã, Edson Costa Duarte [vivo], Fernando Pessoa, Cazuza, Drummond, Nise da Silveira, Peter Pal Pelbart, Suely Rolnik, Angel Vianna... e outros tantos que encontro amiúde, falando com todos e com ninguém, habitando as desterritorializações da sanidade imposta!

Dia 18 de maio - Luta antimanicomial - Contra todos os tipos de manicômios possíveis, visíveis ou invisíveis



Show da louCURA 3 - foto: Rafaella Lima

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