domingo, 7 de abril de 2013



O presente é sem dúvidas um presente.
Sem filiação com passado, nem desejo futuro. Só nele é possível saber tudo e ignorar nada.
É desejo de instante. Daí o esquecimento é fundamental. Esquecer-se de que o passado viveu e que o futuro virá.
Infeliz daquele que projeta no presente um futuro inexiste. Ou que se agarra ao lamaçal prisioneiro do passado que mata o presente fecundo.
Se somos fruto do passado e criadores de futuro isso é possível somente graças ao presente em invenção. Não há passado nem futuro sem um presente inventivo.
No entanto, não ignoremos o passado ou futuro, mas atentemos que eles são sempre e somente, invenção de um presente vivo.
Falseamos passados e projetamos futuro. Projetamos passados nas paredes do presente e falseamos futuros em presentes videntes e proféticos. Mas o presente, queridos amigos, esse escapa o tempo todo. Arredio, como criança que brinca e maquina, ao tempo todo. No presente, alongamos tempos, inventamos, somos inventados.
Não nos ocupemos com o passado, porque ele nos habita. Já foi habitado por nós. Mas não nos determina. É mina, sempre implodido e explodido pelo presente dinamite. Que belo garimpo! Não nos preocupemos com o futuro, porque ele nos escapa pelo movimento presente. Temos o futuro em jogo, e no presente jogamos. Dados acumulados, dados perdidos, dados criados, dados lançados, jogadas sempre possíveis. Placar 0 x 0 que aproximado faz surgir o infinito de moebius.
Não olhe o passado. Ele é invisível. Não olhe o futuro, ele é inexistente. Perceba o presente que só é possível pelo presente que é. Presente que trás dentro de si, presentes estimados de passados e futuros, balandrau festa de instante presente.

Presente é sem dúvidas uma presente festa.

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