sexta-feira, 15 de junho de 2012

A arte é comunicação não-linguística...

"A arte é comunicação não-linguística, voz do corpo e cor do grito. Trata-se de criar um outro do discurso, a ordem do grito. Grito do ser humano. Significações incertas. A indeterminação é desejada: obra aberta. Esse grito não diz nada.

Todo palavra daqueles que se manisfestam contra algo afirma o que negam. O grito da arte não grita nada. Ele é sopro escamoteado, voz catastrófica. Ele rasga a totalidade de nosso ser, de nosso corpo. Ele esvazia. Nega, por sua força, a totalidade dos corpos tensos. Comunicação não-linguística. O grito da arte não grita nada, ainda que ele pronuncie palavras, como no teatro e, por vezes, na performance, ou em trabalhos que se utilizam da palavra mesmo, como Barbara Kruger ou Wilton Azevedo. Esses textos não falam apenas o que as plavras dizem. O conteúdo da arte é sopro e som. Ele arranca a totalidade de nosso ser para fora do nosso corpo, para construir um mundo com a obra. Pura composição com a vida."

Corpos Informáticos - Performance, Corpo, Política, 2011, p. 34

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