sexta-feira, 25 de novembro de 2011

É chegada hora, como em todos os tempos foi, e não é.

Agora é meu.

Chega de progresso, de ideal, de escolas.

É preciso vida.

E não tem jeito:

basta de poesia para ouvidos analfabetos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

será que o futuro chegou Hannah?

"O que é decisivo é que nossa tecnologia, que ninguém pode acusar de não funcionar, é baseada nestes princípios [arbitrariedade leviana de opiniões irresponsáveis], e que nossas técnicas sociais, cujo o campo de experimentação real se encontra nos países totalitários [do capital] tem apenas de superar um certo espaço de tempo até serem capazes de fazer para o mundo das relações humanas e dos assuntos humanos tanto quanto já foi feito para o mundo dos artefatos humanos."

Entre o passado e o futuro - Hannah Arendt, p. 125

terça-feira, 22 de novembro de 2011

aula de história por dona Margarida

"Sabe qual é o grande princípio da história? Todo mundo quer mandar nos outros. Exatamente como dona Margarida manda em vocês. Vocês aqui não tem querer. Vocês fazem aquilo que dona Margarida quer quando dona Margarida quiser. E ainda pagam por isso. Pois na história é a mesma coisa: todo mundo quer ser dona Margarida!"

Apareceu a Margarida - Roberto Athayde. p. 125

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não tente me decifrar:
não sou óbvio limite.
Qualquer coisa que disser
serão apenas opiniões.
Inverdades criadas pelo
olhar perspectivo.
No entanto, encare como
verdade, pois é dessa
forma limitante que
você é capaz de exergar.
Há duas maneiras então:
ver ou tornar-se cego.

outubro/2010

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Curioso termos que passar pela experiência de quase morte para darmo-nos conta da vida.
Temo estar morto, porque tenho me sentido muito vivo!

sábado, 5 de novembro de 2011

sobre abrigo e sobre perfurá-lo

[...]os homens não deixam de fabricar um guarda-sol que os abriga, por baixo do qual traçam um firmamento e escrevem suas convenções, suas opiniões; mas o poeta, o artista abre uma fenda no guarda-sol, rasga até o firmamento, para fazer passar um pouco do caos livre e tempestuoso e enquadrar numa luz brusca, uma visão que aparece através da fenda [...] Então, segue a massa dos imitadores, que remendam o guarda-sol, com uma peça que parece vagamente a visão; e dos glosadores que preenchem a fenda com opiniões; comunicação. Será preciso sempre outros artista para fazer outras fendas, operar as necessárias destruições, talvez cada vez maiores, e restituir assim, aos seus predecessores, a incomunicável novidade que não mais se podia ver. Significa dizer que o artista se debate menos contra o caos (que ele invoca em todos seus votos, de uma certa maneira), que contra os "clichês" da opinião (DELEUZE e GUATTARI, O que é filosofia?, p. 262)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Provocado junto aos meus alunos, durante uma aula com poesia...

Poesia é palavra cotidiana vestida de festa.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Queria Saber arrancar, furar...
Queria ter o controle...

Queria saber parar quando quero,

começar quando devo e aprender o que preciso.


Queria não Ser assim.
Queria não ser enganado,
queria não enganar.
Queria fazer parar.

Queria chorar quando ter vontade

E falar tudo o que penso.
Queria viver por viver, viver puro prazer...


Esse é o problema: Quero de mais!

maio/2008

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tempo do medo e anestesia

continuação do Manifesto de arte, Viva!

Vivemos no tempo do medo. Medo da morte. Por isso, ainda não enterramos nosso defunto. Não entendemos as mortes cotidianas. Todo dia é morte. Sentimos medo da morte, assim mantemo-nos moribundos: zumbis, anestesiados.
Nada no mundo é capaz de nos atravessar com tal violência que nos tire um segundo de vida como a morte: nem guerras, nem ditaduras, nem fome na África, nem o frio anual das pessoas da rua, sem roupa. Nem discriminação das minorias, nem ignorância sabida, nem política governamental, nem alienação dos direitos, nem falta à Educação.
Estamos vivendo num mundo que só busca o prazer, mas não o prazer hedonista, é pior. Querem a legalização do torpor sintético, já que sabem não ser possível parar a dor.
Não é o prazer pelo prazer. É o prazer do medo. Medo da dor. Medo da morte.
Queremos (quem, nós?) o prazer, inutilmente acreditando na cessão da dor. Idiotas que somos. Pois a dor vem multiplicada e temos que consumir mais, e consumir tudo. E ver a beleza e o equilíbrio.
Negamos a dor. A dor que nos desperta o humano. Que nos desperta o animal humano.
A arte desperta outro torpor. Ou é fruto do torpor, torpor do não saber fazer de outro modo. O prazer do momento do feitio, do instante criativo.Não fazemos arte observando. Lembramos, pois sempre esquecemos: Hitler foi grande admirador da arte. Mandou construir monumentos, bustos para perpetuar a história. Arte não é constância, não é bem que se endereça, que se cultive. É coisa que passa, fugaz, foi.

Quero o torpor deles. Quero saber qual a droga que consomem dia a dia que os mantêm moribundos, alheios, neste mundo no qual dizem não conseguir viver. Mas não tem coragem de deixar. Paradoxo não entendido, mas explicado. Porque EU já morreu.


Há de saber viver sua solidão. Mais: sabendo que será sempre povoada.