quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Manifesto de arte, Viva! [apesar do tempo, vale sempre lembrar]



Jorra ainda da fonte o sangue hemorrágico da arte. Ela morreu.

O histórico
            Apesar de tanto tempo, ainda não superamos o luto da morte de Duchamp e seus comparsas. Não houve revolução que restabelecesse o caos criativo. Vivemos em tempos ordenados, não é possível conexão, o corpo dicotômico cisma em si: fala um, faz outro.
O caos não é o sem ordem, é a des-ordenação, não óbvia, o novo.
A fonte secou. Ela está enclausurada em algum museu europeu (ih, rimou!). AINDA!? É hora de lembrarmos a utilidade do objeto: fazer xixi, urinar de pé, sobre dois pés, bípede: condição humana. Temos que re-viver ou viver a objetividade do mictório, nos lembrar de nossa condição humana. Hum... a morte!

Conclusão
Onde estamos errando, meu deuseS? Procuremos o local d’onde aquele francês retirou aquele objeto, devolvê-lo ao seu lugar. Já se tornou inútil [útil] de mais. É hora de concluir o funeral da arte que se mostra mais ou menos há um século. Ela já não serve mais. Serviu a quem?
Não somos de guardar luto. Contemplamos, pecando cada vez mais, com olhos marejados de temor, perplexos, paralisados o símbolo morto do homem seminu de braços abertos. O que estamos esperando?

E o que vem depois: vida, pós-morte.

Coisas coladas: George Maciunas, um dos fundadores do Fluxus, redige em 1963 um manifesto em que diz: "Livrem o mundo da doença burguesa, da cultura 'intelectual', profissional e comercializada. Livrem o mundo da arte morta, da imitação, da arte artificial, da arte abstrata... Promovam uma arte viva, uma antiarte, uma realidade não artística, para ser compreendida por todos [...]". retirado de http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3187

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